13/09/2006

dos cavalos

Vêm na alva os cavalos luminosos
pedir-te adoração,pois que são deuses.
Olham-te nos olhos do passado sem
memória, amam-te no salto do agora
que é todo o seu futuro. Olham-te e
amam-te, os teus cavalos livres. Na
pedra de um altar virado aos astros
tu e os deuses falam do galope
das almas dos cavalos e dos homens

05/09/2006

outros olhos

Há outros olhos,
sabes que há outros
olhos e hás-de procurá-los
sempre na combustão dos
astros, ou nos botões
das rosas. até à última
chama ou á primeira
pétala

04/09/2006

aí estás

Aí estás
simples como as ervas, leve como
o pó que levam os teus passos
no caminho

Aí estás
os olhos outra vez sentados
no difícil miradouro das almas
procurando a luz de cada uma
e em cada luz a tua luz
entrelaçada

Aí estás
e os gestos e as palavras de amanhã
esperam contigo o arfar breve
do Outono na folhagem das árvores
de Setembro