PRÓLOGO
Sob os teus passos estou, densa, desperta.
Molhada das chuvas de Outono, como
depois de um banho longamente esperado.
I
Lavada, cheiro a ervas e a barro e
ao germe das sementes.
II
Grávida de toda a vida, sou
Mãe de todas as coisas. Mas
fremo já antecipando o abraço donde
germinarão as próximas gerações.
III
Na tarde madura, recebo ainda o
Sol na pele; não brilho, porque
todo o brilho é reflexo: recebo e
incorporo a luz, completamente.
IV
Nalguns lugares estão filhos meus
cantando, noutros canto eu por mim,
cantos de água, tons de vento, eternas
canções de ondas oceânicas.
V
Sob ti estou, molhada e funda. Tão
funda, que cabem em mim todas as
almas e o próprio mar se aninha
no meu colo.
EPÍLOGO
Sob ti estou, em mim caminhas. Afago
os teus passos com a pura adoração
da mãe que beija o filho após amamentar
26/12/2005
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3 comments:
Constato, com tristeza, que na realidade pouca gente te lê, a avaliar pelos poucos comentários que os teus textos obtêm. É lastimável. Dominas as palavras com mestria e tens o dom de, com elas, escrever belos poemas.
Parabéns!
Vou passar a visitar-te. Um abraço.
Olá Maria,
Sê benvinda. Vou contar-te: Digna desse nome, és a minha única leitora: Todos os outros são amigos, que não contam como tal...
Que sejas Maria, o nome mais lindo que alguma mulher pode ter,e que gostes do que escrevo, faz-me pensar que era assim mesmo que queria que acontecesse: Um poeta, um leitor, um encontro num espaço onde as suas almas possam. desfrutar-se
Não direi que não quero mais, mas bastas-me tu, bastas-me tu,Maria, para que tudo ganhe outro sentido e, até, outra responsabilidade.
Até sempre
Obrigada, Vasco, pelas palavras tão simpáticas, que sei sinceras, que me dedicas.
Até breve. Um beijo.
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