21/05/2007

águas lusas

Também tens
nos rins o mesmo
sabor acre da
terra que bebes na
água branca das
fontes do teu país

E também tens
nos ossos e no
sangue as mesmas
marcas do correr
dos rios entre as
margens de um
fado que descrê
de ser cantado

E tens ainda
atado ao ventre o
mesmo fim, o mesmo
mar da costa
inconquistável da
vontade de cumprir na
cara dos teus filhos, as
lágrimas da paz de
acontecer um povo

5 comments:

Maria P. said...

Excelente retrato.
Tão bem talhado que logo fica embutido em nós.

Beijo meu Poeta.

mafalda said...

Ser (-se)português pode ser um
fa(r)do pesado. Tranpor esse sentimento para poesia é tarefa árdua.

Muito interessante.
Um beijo.

mafalda said...

Poeta Vasco,

Espero que não leve a mal, mas indigitei-o para dar continuidade a esta "mememania" que grassa na blogoesfera.
Apareça por lá, para sentir o vento.
Um beijo.

Manuel Veiga said...

venho até aqui guiado por mão amiga. gostei muito dos poemas. e desse "fado que descrê de ser cantado". embora ne deixe embalar pelas "lágrimas de paz de acontecer um povo".

es um Poeta! abraços

Vasco Pontes said...

Olá herético,
obrigado por gostares. volta sempre
Abraço